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Missões: o mito da fantasia e a realidade

05/12/2024

Quando somos jovens e recebemos o chamado missionário ardendo no nosso coração, temos uma fé gigante que nos impulsiona a ir a qualquer lugar, pregar a salvação em Jesus e ver as pessoas se rendendo ao Senhor.

Sonhamos que o mesmo ardor que temos em nós esteja presente na vida das outras pessoas. Então vamos dando os primeiros passos, conversamos com os nossos líderes eclesiásticos e eles nos encaminham para o preparo missionário.

Durante o período de preparo já começamos a enfrentar lutas as quais não imaginávamos que haveria num lugar onde todos têm o mesmo objetivo e todos são cristãos. Começamos a ver que somos diferentes e que todos temos nossas debilidades e fragilidades. Mas que alegria sentimos quando vencemos a etapa do preparo! Sentimo-nos prontos para enfrentar qualquer barreira, pois já temos “a bagagem necessária”.

É uma bênção o culto de despedida, os louvores, a pregação, os abraços dos irmãos, o encorajamento de muitos, apesar de percebermos os olhares desconfiados de alguns.

Chegamos ao campo com muitas expectativas, prontos para enfrentar as barreiras culturais, com muita energia, própria da juventude, entusiasmo e alegria. Então pouco a pouco vamos percebendo que quando colocamos a “mão na massa”, temos que deixar de lado muita coisa do que tínhamos aprendido, guardar os diplomas, engavetar os cursos, esquecer o status que tínhamos e começar a aprender tudo de novo, agora com um povo que não nos conhece, e devemos estar sempre dispostos a servir.

Essa nova etapa passa a ser silenciosa, mansa, observadora, paciente e amorosa, características que apetecem bastante o “paladar feminino” e que fazem muita diferença no nosso dia a dia e na nossa família.

Nunca podemos imaginar que tipos de situações encontraremos no campo, que tipo de barreiras e dificuldades. Elas sempre aparecem para nos desanimar, desmotivar e nos levar a pensar em fazermos as malas para voltar atrás. Muitas vezes não são apenas as situações de adaptação à nova cultura, temos que lidar com os ajustes na família e especialmente quando há filhos isso requer mais atenção e tempo.

Outras vezes podem ser as expectativas das igrejas parceiras que, em muitos casos, colocam em nós a esperança de um relatório cheio de pessoas convertidas, uma nova igreja plantada cheia, autóctone e autossustentável, o que também provavelmente foi a nossa expectativa ao sairmos para o campo. Também temos que lidar com as nossas próprias crises, pois não podemos esquecer que continuamos sendo tão humanos e falíveis como qualquer pessoa que precisa da graça e misericórdia do Pai. Também precisamos ser trabalhados pelo Senhor e buscá-lo dia a dia para entender a sua vontade para nós.

Aos poucos o nosso sonho vai ruindo para dar lugar aos planos de Deus. Aprendemos a servir e respeitar a cultura do outro e esperar o tempo certo, o tempo de Deus, para sua própria intervenção. Jesus esperou 30 anos para cumprir com o plano de Deus, depois levou só 3 anos para executá-lo. O tempo necessário!

O chamado para fazer discípulos de todas as nações é para homens e mulheres, seja na sua própria cultura ou atravessando a fronteira cultural. Precisamos viver o Evangelho, fazer discípulos e pregar a Palavra. Isso não significa que nos tornaremos perfeitos, pois ainda passaremos por problemas, e podemos cometer erros, ainda assim que nos acompanhe a humildade de reconhecê-los, pedir perdão e seguir em frente.

Nosso exemplo sempre vai falar mais alto do que as nossas palavras, mas é pela Palavra proclamada que as pessoas poderão conhecer o Senhor Jesus, Senhor das nossas vidas, que nos chamou para sermos suas testemunhas: “Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.” Atos 1.8

Marisa Celestino

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