Lucas e Juliana

Mongólia, outubro 2024

Queridos irmãos,

Setembro e outubro marcam o outono aqui no interior da Mongólia, uma estação de transição entre o calor intenso do verão e o frio rigoroso do inverno. Para nossa família, também é um período de mudanças. Após um verão muito intenso, com o primeiro ano de operação da pousada Fairfield (que nos garante o visto para permanecer no país), a conclusão de nossa casa e foco de nosso trabalho junto ao ministério entre os nômades, que se intensifica nessa época.

Pela graça de Deus, neste verão conseguimos formar dois times para as visitas, o que nos permitiu visitar as famílias com maior frequência. Louvamos a Deus pela vida de Shogii, por quem oramos para que fosse mais ativo no ministério com sua esposa. Ele tem se envolvido cada vez mais, ministrando a Palavra para outros nômades, orando com fervor e regularidade, além de dirigir longas distâncias para visitar outras famílias. Sua esposa, Rishigê, está estudando teologia online. Deus tem respondido nossas orações. Desde abril, estamos cooperando financeiramente para que outra família nômade trabalhe para eles, ajudando com o cuidado dos animais, o que lhes dá mais tempo para se dedicarem ao ministério. Tem sido uma experiência muito positiva!

Em setembro, recebemos a Nilda e seu marido, Liubomir. Ela é uma missionária brasileira e ele, um russo de etnia nômade Yakutia, criadores de renas no nordeste da Sibéria. Nilda vive na Rússia há trinta anos e vieram descansar conosco. Também recebemos três italianos – um pastor e dois missionários – que vieram com o propósito de investir no trabalho entre os nômades. Que tempo abençoado tivemos! Compartilhamos momentos de comunhão com pizza, lasanha e música italiana. Eles nos serviram com um amor genuíno de Cristo. Lucas até fez uma pausa na construção da nossa casa para se sentar comigo e aproveitar o momento, como se estivéssemos em um restaurante italiano. Até mesmo a louça eles não deixaram que eu lavasse! Louvamos a Deus por esse carinho. Já fechamos parceria com eles para apoiar o trabalho local em diversas áreas.

Na última semana, percorremos 400 km pelas montanhas da cordilheira Altai para visitar nômades da etnia Tuva, um povo minoritário que vive tanto no oeste da Mongólia quanto além da fronteira com a Rússia. Foi indescritível a alegria desses irmãos ao nos receberem. Eles haviam orado por muito tempo pedindo que outros crentes os visitassem. Foram alcançados por um pastor da capital da Mongólia há 14 anos e têm sede de aprender mais sobre a Palavra. Juntos, visitamos outras duas famílias e eles compartilharam sua fé na língua local com grande paixão. À noite, todos se reuniram para assistir ao filme "Jesus". No caminho de volta, também encorajamos um pastor Tuva em uma vila nas montanhas. Esses irmãos, embora isolados, mantêm a fé firme e continuam compartilhando sobre Cristo, mesmo diante de oposição. Orem por eles! Um dos momentos mais marcantes foi a presença de um senhor cego, que, de forma impressionante, prestou mais atenção ao filme do que todos os outros e descreveu cada cena que ouvia.

Passamos cinco dias intensos em família, mas voltamos encorajados. Agradecemos também a Deus pelas crianças, que nos acompanharam e se sacrificaram ao estar conosco em mais essa viagem.

Agora, estamos voltando à rotina de inverno com os nômades, onde a igreja funciona de maneira mais semelhante ao Brasil. Eles voltam a se reunir semanalmente, ora na tenda, ora na casa de um dos irmãos nômades. Pedimos oração para que consigam se reunir, como no ano passado, mesmo durante o período em que estaremos no Brasil. Em dezembro, viajaremos e, se Deus quiser, retornaremos em fevereiro. Já se passaram dois anos e meio desde que saímos do Brasil, e precisamos renovar e apresentar o projeto para os próximos três anos junto a nossa Igreja. Orem por nossa viagem, descanso e renovação para toda a família.

Veja também as fotos deste mês do trabalho com os nômades e nossa viagem ao povo Tuvá nas montanhas.

Lucas e Juliana
lucaswlima@yahoo.com.br