Missões: ainda há urgência nessa tarefa
05/10/2024
Após mais de 2 mil anos de pregação do Evangelho, ainda temos cerca de sete mil povos não alcançados no mundo. Isso representa 42,2% da população mundial, sem contar com os grupos que ainda não foram alcançados totalmente. É incrível que com toda a tecnologia disponível nos nossos dias, esse desafio missionário ainda continua necessário e urgente.
Para agravar a situação, países como os Estados Unidos, com um histórico de grande envio missionário, diminuíram drasticamente o número de obreiros enviados nos últimos anos. A Coreia do Sul, que também tem uma igreja muito missionária, também tem experimentado um esfriamento nessa área.
Agora, mais do que nunca, é o momento de a Igreja Brasileira se despertar e assumir seu papel na tarefa missionária. É a nossa vez de investirmos mais, prepararmos mais obreiros, enviarmos mais jovens para alcançar os povos não alcançados. Não podemos perder essa oportunidade.
Jesus Cristo, o nosso Mestre, é o grande exemplo para nós, no cumprimento da missão que temos em nossas mãos. Ele próprio, mesmo sendo Deus, cumpriu com fidelidade a missão que o Pai confiou em Suas mãos, e podemos ver isso claramente no relato de João 4: 34-38.
Jesus nos inspira quando Ele mesmo afirma “a minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a Sua obra” (João 4:34). Jesus usa a figura da comida, algo básico, necessidade diária, para comparar Seu compromisso com o Seu chamado. Em outras palavras, Jesus estava dizendo que aquilo que trazia energia, força e motivação para ele era cumprir a missão que Deus tinha confiado em suas mãos. Outro aspecto da comida é que ela é agradável e deleitosa para o nosso corpo. Da mesma forma, fazer a vontade de Deus era deleitoso para Jesus e revigorante para a sua alma. Jesus cumpriu a vontade do Pai até a morte, uma morte dolorosa, morte de cruz como vemos em Filipenses 2:8 “...tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”. O apóstolo Paulo demonstra essa mesma motivação de ministério, em suas palavras descritas no livro de Atos 20:24: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus”. Para o apóstolo, nada nesse mundo era mais precioso do que estar no centro da vontade de Deus, cumprindo a missão que Ele deu. Como seria bom se nós tivéssemos essa mesma motivação e esse mesmo compromisso de Jesus e do apóstolo Paulo.
Quando Deus chamou Abraão, ele pediu uma das coisas mais preciosas em sua vida, seu filho Isaque. No entanto, na realidade Deus não queria Isaque, Deus queria Abraão mesmo. Deus queria um Abraão totalmente entregue em Suas mãos. Alguém que confiasse n’Ele e fosse obediente em seu chamado. Muitas vezes nós tentamos nos justificar dizendo que alguns são chamados para a missão, mas outros não. Contudo, a Bíblia é muito clara quando nos exorta a irmos e fazermos discípulos de todas as nações. As Escrituras não deixam essa exortação apenas para alguns, mas para todos os que creram no Evangelho e foram lavados pelo sangue de Cristo. Nossa pregação deve ser a nossa comida diária, ou seja, o nosso testemunho.
No versículo 35 de João 4, Jesus nos exorta a vermos o mundo como Ele vê. Os discípulos estavam olhando como os agricultores, que depois de plantarem esperavam quatro meses até a colheita. Jesus mostra que a missão é urgente, o Evangelho precisa ser pregado aos perdidos. Ergue os olhos Igreja! “Vede os campos! Já branquejam para a ceifa”. Jesus se refere aos campos de milho que, quando maduros e perto da colheita, ficavam brancos. Cristo não fala aqui literalmente, porque os campos não poderiam estar brancos devido à distância da colheita, mas espiritualmente, da colheita das almas. Dizia respeito ao grande número de samaritanos que estavam saindo da cidade, que estavam à vista, e que cobriam os campos adjacentes: e a esses ele convoca seus discípulos a erguerem seus olhos e observarem; e sugere a eles que não era tempo de comer ou beber, mas de trabalho, visto que ali havia tão grande número de almas para serem ajuntadas: e assim, como da comida corporal, ele passou a tratar do alimento espiritual. Ele fala sobre a colheita literal, mas continua a falar da espiritual, e encoraja seus discípulos a laborar nela.
O tempo vai passando e nós como Igreja continuamos com nossos olhos para baixo. Quando levantamos os olhos, começamos a ver como Deus vê. Somos salvos hoje, porque um dia alguém levantou os olhos e viu a nossa necessidade. Agora é a nossa vez. Os campos já branquejam, essa tarefa é urgente. As tribos indígenas da Amazônia não podem esperar mais. Os budistas da Ásia não podem mais ficar sem ouvir do Evangelho. As boas novas de salvação têm que alcançar os muçulmanos, hindus, e ateus espalhados pelo mundo.
Em João 4:36 e 37 Jesus fala que há recompensa no cumprimento dessa missão. Ele afirma que o ceifeiro desde já recebe a recompensa. “O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna...”. Por “fruto” nós entendemos os pecadores convertidos dos seus caminhos errôneos. Esses convertidos são resultado do ministério do Evangelho, da eficácia, poder e graça do Senhor. A cada vida transformada, a cada projeto realizado, a cada abraço, choro, batismo, a recompensa já chegou. Jesus ainda conclui sua palavra dizendo que todos se alegram, tanto o semeador como o ceifeiro. Não importa nossa posição no Reino, estamos todos semeando. Uns pregam, outros cantam, outros ensinam, alguns outros lideram, alguns exercessem ministério de misericórdia, outros evangelizam. Ao final, todos cooperam juntos para que Cristo seja glorificado e as almas sejam salvas.
“Eu vos enviei para ceifar...” (João 4:38). Somos enviados para ceifar, para pregar, a tempo e a fora de tempo. Temos o privilégio de sermos escolhidos para darmos continuidade ao ministério de Jesus, dos apóstolos, dos discípulos. Atos dos apóstolos é o único livro das Escrituras que ainda continua em aberto, pois nós estamos escrevendo Atos ainda, afinal somos continuidade da Igreja Primitiva. Não negligencie seu chamado, cumpra-o com fidelidade.
Alguns anos atrás eu li uma história que relatava a experiência que alguns botânicos tiveram quando exploravam regiões dos Alpes à procura de novas espécies de flores. Através de binóculos, eles encontraram uma flor rara com valor incalculável para a ciência. Porém havia uma dificuldade: ela estava na parte inferior de uma encosta muito inclinada. Para pegá-la, alguém precisava descer amarrado em uma corda. Um menino que a tudo observava foi consultado se faria o serviço em troca de um bom pagamento. Ele olhou para o precipício, pensou e disse: “Eu já volto!”. Algum tempo depois ele retornou seguido por um senhor com os cabelos já grisalhos. Aproximando-se do cientista ele disse: “Eu descerei para pegar a flor se este homem segurar a corda. Ele é meu pai.”
Uns são chamados para descer as cordas, outros para segurar as cordas, outros para custear as cordas. Assim sendo, todos são chamados a fazer algo para o Reino de Deus.
Os nossos jovens só abraçarão essa tarefa missionária se eles verem uma igreja compromissada, que segure as cordas para eles. Precisamos nos despertar para deixarmos um legado para as novas gerações. A tarefa missionária ainda é urgente.
Que Deus nos encontre “na brecha”. Que Ele encontre a minha e a sua igreja. Que Ele encontre a Igreja Brasileira inflamada por um amor missionário, e que muitos dos nossos jovens possam servir nos campos, inspirados pelo nosso ardor missionário. Que Cristo seja glorificado nas nações.
Rev. O. F.
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