O Legado Missionário de Simonton
31/07/2024
Você sabe porque agosto é considerado o mês das missões no calendário da IPB - Igreja Presbiteriana do Brasil?
Este é um mês dedicado à obra missionária em nossa denominação devido à nossa própria história. O texto de Mateus 28.18-20, popularmente conhecido como a “Grande Comissão”, está intimamente ligado com a Igreja Presbiteriana do Brasil. Porque foi ouvindo um sermão sobre Mateus 28.18-20, na capela do seminário de Princeton, pelo seu professor de teologia Charles Hodge, que Ashbel Green Simonton, sentiu-se despertado por Deus para o trabalho missionário transcultural.
Ele escreve em seu diário no dia 14 de outubro de 1855:
Hoje ouvi um sermão muito interessante do doutor Hodge.... Ele teve o efeito de levar-me a pensar seriamente no trabalho missionário no extrangeiro. O pequeno sucesso que aparentemente apresentam as operações missionárias tinha me levado a não pensar em ser missionário, mas vejo que estava enganado. Que os pagãos devem ser convertidos a Deus está claramente revelado nas Escrituras (...) Eu nunca havia considerado seriamente o dever de trabalhar no estrangeiro. Sempre parti do princípio de que minha esfera de trabalho seria em nosso país, tão grandioso e que cresce tanto. Pois agora estou convencido de que devo considerar seriamente essa possibilidade: Se a maioria prefere ficar, não será meu dever partir?
Mesmo sem ter uma direção definida de para onde deveria ir, o jovem Simonton continuou buscando a vontade do Senhor. Mas ele tinha uma convicção, que deixou registrado em seu diário no dia 4 de fevereiro de 1856:
Mesmo que eu vá, trabalhe e morra sem me ser permitido ver esse tempo de promessa [o conhecimento universal de Deus] posso dele participar. Posso ser instrumento na preparação do caminho (...)
[Quanto] ao problema de selecionar o campo, espero que Deus me dê a graça de entregar-lhe. Se eu me submeter à sua vontade e então buscá-lo honestamente, ele guiará os meus passos [...] Deixar lar e amigos e partir, pode parecer difícil e certamente será [....] Só há segurança na submissão completa aos propósitos de Deus. Sob sua guarda, o lugar de perigo é seguro; sem a sua presença não há segurança.
Após 3 anos de preparação e espera, Simonton registra em seu diário no dia 27 de novembro de 1858:
Finalmente o passo decisivo foi dado. No dia 25 enviei minha proposta formal à Junta de Missões Estrangeiras. Mencionei o Brasil como o campo no qual estou interessado, mas deixei à Junta a decisão final. Irei só. Assim, a incerteza que vem me oprimindo há um ano finalmente terminou. A mão da providência evidentemente pode ser vista nisto.
O Brasil foi então escolhido como seu campo missionário, junto à sua missão, mas sua partida aconteceu apenas no dia 18 de junho de 1859, e ele deixa registrado em seu diário:
Às 9h30 da manhã de 18 de junho, o prático Sanders ordenou da ponte do convés do Banshee [o navio que estava de partida para o Brasil] que desamarrassem os cabos que nos prendiam à terra. Vagarosamente nos afastamos, como se deslizássemos pela baía com a maré [...] Agora, enquanto os marinheiros sobem os mastros para soltar as velas, amigos em terra e amigos nos convés voltam-se com a satisfação melancólica de ver aumentar grandemente a distância que os separa. Com que rapidez feições amadas e bem conhecidas desaparecem!
Finalmente o jovem Simonton, com apenas 26 anos de idade, chega ao Rio de Janeiro no dia 12 de agosto de 1859. Com um ministério curto, de apenas 8 anos, ele, através da instrumentalidade graciosa de Deus, deixou como herança em terras brasileiras, entre outras coisas, um presbitério, um seminário, um obreiro nacional ordenado (o rev. José Manuel da Conceição) e o primeiro jornal evangélico brasileiro.
A semente do evangelho lançada por Simonton a 165 anos cresceu e se tornou uma grande árvore que é a Igreja Presbiteriana do Brasil. Como frutos da obra missionária, não podemos perder o amor e o zelo pela missão de Deus. Temos a responsabilidade de repassar esse legado às futuras gerações, para que possam ser inflamadas em ardor missionário como aquele jovem americano um dia foi. Por isso, no mês de agosto, temos muito a celebrar e a agradecer a Deus por aquilo que Ele tem feito na IPB e através dela para sua glória e expansão do seu reino no Brasil e no mundo.
O desafio da IPB é continuar sendo uma igreja que adora a Deus e proclama o seu nome em toda a terra. Que Deus continue fazendo da IPB uma igreja de adoração e de missão, uma que igreja vive para glória de Deus, obedecendo continuamente a Grande Comissão dada por Jesus a sua igreja: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações.” E a APMT - Agência Presbiteriana de Missões Transculturais é a agência responsável da nossa IPB em promover, coordenar e supervisionar toda a obra missionária transcultural da IPB com a missão de proclamar a Glória de Deus entre todos os povos em contexto de transculturalidade.
Temos feito isso através de nossos 300 missionários desenvolvendo diferentes projetos em 41 países ao redor do mundo. Você também pode se juntar a nós e fazer parte dessa missão, dessa grande obra que não pode parar! Com sua parceria podemos fazer muito mais. Juntos, nós chegaremos até os confins da terra!
Lembrando que missão não deve se limitar a um dia, a um mês, um ano ou uma época, missões é a vida, é o DNA da Igreja Cristo, a agência de Deus para cumprir a sua missão no mundo. Todavia, que no mês de agosto, considerado o mês de missões, cada igreja local, cada família, cada irmão possam se envolver ainda mais nessa obra missionária, que não é nossa, mas sim de Cristo, o Senhor, o dono da missão. E Ele convida sua amada igreja a co-participar desta tarefa de anunciar a Salvação em Cristo Jesus até os confins da terra, todos os dias, até que Ele venha.
Então participe, ore, contribua, divulgue, vá, seja um parceiro da APMT!
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