O legado de uma missionária
22/02/2025
Margarida Bernardes, conhecida como Dona Margarida – esposa do Rev. Beijamim Bernardes, mãe de Ana Cristina, casada com Cristiano; Ana Luiza, casada com Alexandre Samuel; e avó de Ana Teresa, Alexandre, Benjamin, Mateus e Carolina – foi chamada pelo Senhor para as moradas eternas dia 22 de fevereiro passado.
A sua despedida e últimas homenagens ocorreram dia 23 de fevereiro, na IP do Bairro Constantino, em Patrocínio, MG. O culto de gratidão ao Senhor pela vida da querida irmã foi conduzido pelo Rev. Roberto Brasileiro, pastor da igreja e Presidente do SC da IPB. O culto foi marcado por testemunhos e muita música, hinos de louvor, a pedido do Rev. Beijamim, como manda a tradição Kaiwá, cultura adotada pelos missionários na sua convivência com os povos originários da Reserva Indígena de Dourados (RID), onde serviram por 40 anos.
Compareceram à cerimônia representantes do Presbitério Alto Paranaíba, da Assembleia da Missão Evangélica Caiuá (MEC), Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB), Igreja Indígena Presbiteriana do Brasil (IIPB), Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT) e pastores da região como também parentes, amigos e irmãos de outras igrejas.
Uma caravana saiu de Dourados em quatro carros e chegou para participar da cerimônia. O Rev. Roberto pregou em 1 Coríntios 13.12-13, destacando o profícuo trabalho da Dona Margarida, pois aqueles que dormem no Senhor já não estão vendo as coisas obscuramente como no espelho, mas face a face na glória celeste. “Ela não precisa mais da fé nem da esperança, mas já desfruta do amor, virtude que a caracterizou em toda sua vida”, completou.
A caravana de irmãos da Missão Caiuá cantou dois hinos traduzidos para a língua Kaiwá: Jesus, Senhor me achego a ti e Quão bondoso amigo é Cristo. Ao final do culto, o Rev. Sérgio Gomes Rivero, pastor Kaiwá, filho na fé, expressou o luto de seu povo e profunda dor, mas ressaltou também a esperança da ressurreição e o reencontro. Agradeceu a dedicação, paciência, compreensão e amor manifestados em palavras e atitudes da Dona Margarida, uma mãe para toda a comunidade Kaiwá, Guarani e Terena. No final orou e impetrou a bênção.
No início deste ano, o casal de missionários mudou-se para Patrocínio, onde reside a família, e tinham muitos planos para começar um novo ministério. O Rev. Brasileiro destacou que na sua conversa com o casal sobre possibilidades ministeriais ela disse: “Queremos servir no lugar aonde ninguém quer ir”. Então o Rev. Brasileiro indicou um lugar de plantação de uma igreja iniciada há alguns anos, mas sem o crescimento desejado. O casal missionário, acompanhado por alguns irmãos, visitou o referido campo e voltou com planos, principalmente a organização da Sociedade Auxiliadora Feminina (SAF).
Os planos de Deus, porém foram outros. Assim sempre foi a Dona Margarida até os seus últimos dias, aceitando os desafios mais complexos porque sabia que o Senhor ia à frente, abrindo caminhos e salvando os perdidos.
Com coração hospitaleiro, acolhedor, cheio de compaixão pelos perdidos, cheio de amor pelos povos originários, ela viveu para servir e pregar o evangelho aos Kaiwá, Guarani e Terena, como também a pessoas de outras etnias que vinham à sede da Missão em Dourados, MS.
Fica a saudade de uma valente serva do Senhor, humilde, amorosa, compreensiva e que exortava quando necessário, animando a ser fiel ao Senhor, a recorrer à oração, a amar a Palavra e a pregar o evangelho a tempo e fora de tempo. Sem dúvida, muitos planos ficaram para trás. A tarefa e a responsabilidade de pregar o evangelho com dedicação e firmeza é o legado que deixa com o seu exemplo.
Dona Margarida, professora de matemática, pedagoga e missionária, também cooperou na publicação da Bíblia completa em Kaiwá, no hinário Jáporahei joá, cartilhas e livros, e coordenou cinco publicações da Revista da Missão Caiuá, com a colaboração da missionária Emma Castro, onde relata algumas histórias e experiências das diferentes frentes de trabalho da MEC, como na área da Saúde, Educação, Instituto Bíblico, e as igrejas na sede e nos campos avançados.
Que o Soberano Senhor continue guardando e abençoando a vida do Rev. Beijamim. Fica um vazio muito grande na casa, como ele mesmo disse: “Ela preenchia toda a casa, agora ficou um vazio enorme”. Oremos pelo Rev. Beijamím e sua família para que superem este momento de dor com a graça de Deus.
Rev. Geraldo Silveira e Emma Castro
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