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Rev. Paulo e Valéria Sicoli

28/11/2023

França, novembro 2023

Sou hebreu... (Jonas 1:9)

É muito interessante analisar o diálogo de Jonas com a tripulação no barco durante a tempestade. Até aqui, o relato do profeta em seu pequeno livro nos mostra um missionário fujão, indiferente e frio às necessidades e vidas dos outros à sua volta. Ele dormia em meio ao caos e precisou ser acordado para agir enquanto toda tripulação unida numa reunião de oração clamava aos seus falsos deuses por salvação.

Indignados ao saber que o responsável por aquela catástrofe iminente era Jonas, perguntaram ao profeta: "Que ocupação é a tua? E donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu? " (v.8).

Nossa identidade é formada por diferentes níveis de importância que nos define interiormente quem somos. Eu sou pastor, missionário, pai, avô, brasileiro, cristão, e assim por diante. Interessante notar que Jonas inverte a ordem das perguntas e prioriza sua identidade hebreia. Ela é mais importante do que ser um profeta do Deus altíssimo que havia lhe enviado numa missão a qual ele era agora fugitivo.

2Reis 14: 27 em diante, nos diz que na época de Jonas, Israel vivia em grande miséria talvez provocada pelos próprios assírios que cobravam pesados impostos de Israel. Deus dava a Israel algumas vitórias militares que eram anunciadas por Deus através da boca do profeta Jonas, e isso fez com que ele se tornasse o profeta mais bem-amado da nação, ao contrário de seus contemporâneos Isaías, Oseias, Miqueias e Amós, que profetizavam duras palavras de juízo caso Israel não se arrependesse de sua idolatria.

Para Jonas, sua reputação de orgulho nacional era mais importante que seu próprio relacionamento com Deus e mais, para ele, Deus deveria destruir e aniquilar totalmente os assírios. Os inimigos de Israel deveriam também ser os inimigos de Deus. O orgulho nacionalista do profeta o impediu de reconciliar a justiça de Deus com a graça de Deus. O orgulho lhe cegou. Nínive tinha que ser destruída e não perdoada. Talvez por isso ele preferiu fugir ao invés de obedecer.

Nossa identidade hoje tem definido nosso caminhar na fé? Somos filhos adotados de Deus (Ef 1:4-6), somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8:17), fomos comprados por alto preço (1Co 6:20) e nada pode nos separar do amor do Pai (Rm 8:38-39).

Temos colocado os interesses do Pai e de seu reino em primeiro lugar em nossas vidas? (Mt 6:23) Pense bem!

Notícias do Campo:

Como havia mencionado na última carta, mudamos no início de setembro para uma nova igreja e região aqui na França. Ainda estamos em fase de adaptação, mas fomos muito bem recebidos e já reiniciamos os trabalhos a todo vapor.

A igreja possui um templo próprio com casa pastoral anexa o que ajuda bastante nesse início de trabalho de revitalização. Contamos com uma média de 20 adultos e uma criança todos os domingos no culto e 8 adultos nos estudos bíblicos de quarta feria.

Temos trabalhado em parceria com outras igrejas reformadas da região e nossa prioridade nesse início e de nos familiarizarmos com as necessidades espirituais e materiais da comunidade.

No culto de despedida do pastor anterior e de recepção ao novo pastor (eu mesmo) tivemos uma almoço comunitário muito gostoso com vários membros e convidados.

Ao invés de fazermos churrasco de carne e linguiça, após o almoço comemos castanha assada na brasa. Essa é uma tradição local muito gostosa. As pessoas de todas as idades se reunem em volta do fogo para conversar e contar histórias do passado da região.

Nossa região é muito conhecida pela história protestante, pois foi o local de esconderijo dos hugenotes durante as guerras de religião e também foi uma região de resistência contra a invasão nazista na segunda grande guerra.

Não temos escola dominical para crianças, mas nos reunimos todas as quartas feiras para um tempo de atividades e aulas bíblicas após a escola delas. Temos tido 4 crianças todas as semana o que tem nos alegrado muito.

Nossa igreja acolhe uma orquestra não cristã que ensaia todas as semanas no nosso prédio. Trata-se de um projeto alemão que empresta todos os instrumentos de sopro solicitados para formar uma banda de música clássica. Tenho me aproximado desse grupo na maioria dos ensaios e tenho sentido uma enorme alegria e gratidão por poderem se reunir aqui o que tem aberto a porta para um diálogo de outra forma difícil de acontecer.

Estamos dando os primeiros passos nas mídias sociais. Estou criando com ajuda de alguns irmãos queridos do Brasil o perfil de nossa igreja no Facebook, Instagram, Youtube e em breve um site na web. Vocês todos são bem vindos a se juntarem a nós.

Pedidos de oração

1. Agradecimentos:

• Estivemos quase 7 anos em Anduze e Deus nos abençoou muito naquela região. Somos imensamente gratos por todos amigos e irmãos que de alguma forma estiveram envolvidos conosco. Deus é bom!
• Nossa recepção aqui em Saint Hippolyte du Fort, na nova igreja, não foi diferente. Estamos muito felizes pelos novos desafios e pelas pessoas de nossa igreja que Deus confiou a nós.
• Deus tem cuidado muito de nossa família no Brasil : nossas mães, filhas netos e netas e de nossa filha que mora na Islândia também. Deus tem sido fiel!

2. Pedidos:

• Nossa igreja não tem conseguido honrar seus compromissos financeiros. Precisamos que o Senhor nos ajuda a equilibrarmos nossas finanças.
• Gostaríamos de ter mais jovens e crianças por isso gostaria que orassem para que o Senhor envie novos casais com filhos para essa igreja também.
• O mês de dezembro está próximo e com ele inúmeras festividades e oportunidades de pregar o evangelho da graça, Peçam ao Senhor que nos dê sabedoria e estratégias para alcançarmos vidas para o Seu reino.

Rev. Paulo e Valéria Sicoli

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