Hans Egede - O Apóstolo da Groenlândia
01/11/2021
A história de Hans Egede nos inspira profundamente como um verdadeiro modelo de abnegação. Foi chamado por Deus e enviado para a região considerada a mais inóspita de nosso planeta. A Groenlândia é mais fria do que um freezer.
Ele era norueguês, mas cursou Teologia em Copenhagen, Dinamarca. Naquele tempo, havia na universidade um clima de grande interesse pelas missões além-mar. Após o término da universidade, foi pastorear em uma remota ilha pertencente às Antilhas de Lofoton. Naquele ano, casou-se com Grutrud Rasch e, como fruto dessa união, nasceram dois casais de filhos. Estando ali, Egede ouviu a história a respeito dos antigos colonizadores que habitavam a Groenlândia, que sobreviveram até o século XV, e que haviam sido colonizados e evangelizados por Lief e Lucky, mas que era um povo abandonado em sua miséria havia quase três séculos.
Um dia, enquanto olhava para o Norte, pensou em seus compatriotas. Ele ouviu uma voz interna que lhe dizia que ele era aquele que deveria procurá-los e ser o pastor deles. Ele nunca deixou de perseguir esse chamado. Por conseguinte, determinou rumar para a Groenlândia. Juntamente com sua esposa, decidiu colocar essa causa diante do Senhor em oração. Sua esposa entendeu que a vontade do Senhor era de que ela fosse uma Sara – para onde Abraão fosse ela deveria também ir.
Numa segunda carta ao rei, Egede corajosamente mostrou que “todos os cristãos têm um dever missionário, enquanto existir um pagão”. A partir de então, o projeto missionário para a Groenlândia começou a tomar forma. Em Lofoton pregou seu sermão de despedida, com base no texto da 2ª carta de Paulo aos Coríntios “A fim de anunciar o evangelho para além das vossas fronteiras...” (2 Co 10.16).
Em 12 de maio de 1722, Egede e sua comitiva de quarenta e seis pessoas partiram de Bergen, Noruega, para a Groenlândia, chegando lá em julho. Encontrou ali não seus irmãos noruegueses, e sim uma raça de anões e “estúpidos” esquimós. Parecia para a comitiva algo desanimador, pois era um povo de língua ágrafa. Experimentaram severos sofrimentos, o sustento advindo de seu povo começou a ser reduzido e incerto e, para completar a dura experiência, o rei dinamarquês ordenou o retorno dos colonos europeus. Mas Egede persuadiu um pequeno grupo a ficar com ele, e com muita luta e dificuldades eles conseguiram lançar as bases da moderna Colônia de Esquimós Cristãos, cuja capital foi Godt-haab.
Durante uma terrível epidemia de varíola que dizimou muitos, Egede e sua esposa foram verdadeiros anjos da vida em seu dedicado ministério tanto do corpo quanto da alma daquela pobre gente. Aquela dedicação e abnegação causou um grande impacto para os esquimós. Foi uma forma de apresentar uma pregação tão poderosa como jamais faria. Os esquimós disseram, posteriormente:
“Vocês nos deram o pão quando estávamos famintos; vocês sepultaram nossos mortos, os quais ficariam a mercê das raposas e dos corvos e, acima de tudo, falaram-nos de Deus, e agora podemos morrer felizes na esperança de uma vida melhor depois desta”.
Em 1734, faleceu Grutrud. Foi uma mulher abençoada tanto para o povo local quanto para seu marido. Em 1735 decidiu retornar para a sua terra. Registrou as seguintes palavras: “Somente a honra de Deus e a instrução de um povo miserável e ignorante foram e serão meus únicos objetivos; ou melhor, o eterno desejo de meu coração até à minha morte”.
Egede ficou 15 anos na Groenlândia e faleceu em 1758, com 72 anos. O sermão de seu funeral se baseou na seguinte expressão: “Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João”. Hans Egede, além de deixar uma igreja cristã plantada entre os esquimós na Groenlândia, inspirou o Conde Nicolau Von Zinzendorf, líder das missões moravianas, a enviar para cada nação dois missionários. A primeira nação que recebeu sua investida missionária foi exatamente a Groenlândia. Essa também é uma vida que muito nos inspira.
Rev. José João de Paula
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