Portugal, julho de 2022
Deus é bom para com o Seu povo
Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo. Salmos 73:1
Um músico e crente piedoso foi o autor humano destas palavras acima. Mas, antes desta declaração chegar aos seus lábios e da ponta de sua pena tocar o pergaminho, diz ele: “quase me resvalaram os pés”. Estava a comparar a prosperidade dos homens que agem mal com sua própria condição temporária de aflição. Tal inveja quase fê-lo desviar do Senhor. Mas, passo-a-passo, a cada reflexão realista, percebe qual é, e quão miserável é, o destino dos ímpios, sabe também quão bem-aventurado ele mesmo é, pois como que a despertar para a realidade lembra que está sempre com Deus, que este segura-o pela mão, guia-o e aconselha-o e finalmente recebe-o na glória. Nada importa! Aconteça-lhe o que acontecer na presente vida, Asafe bem sabe: “Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre”, e, em toda a sua reflexão diante da sua perplexidade com a aparente prosperidade dos operadores do mal… Asafe sabe… e está em plena confiança no facto de que: Deus é bom para com Israel.
Assim é com o verdadeiro Israel, a verdadeira Igreja espalhada pela terra e pela história. Deus é bom para connosco, e coisa alguma pode afastar-nos dEle.
Motivos de Louvor
Uma parte das nossas atividades são planejadas:
1.Eu e a Ivone temos prosseguido em nossas reflexões e devocionais. Este período foi marcado para maior dedicação à leitura. Procuramos dedicar um pouco mais de tempo e rotina para este fim, neste primeiro semestre, já que a tendência muda na próxima etapa. Tem sido proveitoso. Além disto, mantemos cuidados mútuos e reservamos tempo para isto. Neste mês, Junho, estamos a completar 33 anos de casados. Somos gratos porque até aqui ajudou-nos o Senhor.
2.Visitar, ao menos, uma família nativa noutra cidade, para fortalecer vínculo e oportunizar a partilha do evangelho; Investimento de tempo com vizinhos nativos. Não esperávamos que este trimestre tivesse o desenvolvimento que teve. Diversas oportunidades surgiram para contactar e visitar nativos. Estimávamos que ao menos um vida abrisse sua porta para nós. Mas cinco abriram, e pudemos dedicar tempo para convívios, além de receber seis outros nativos em nossa casa. Duas destas visitas são da Bela e da Manuela, ambas nossas vizinhas. A Bela sempre que vê-nos demonstra simpatia e interesse por cumprimentar-nos e saber de nós. Conhecemos o Tony e sua esposa Maria dos Prazeres, ele trabalha no Judiciário do Estado.
Conhecemos a Fernanda, a Olinda Maria, e a Leanor uma artista plástica de renome internacional. A Manuela, esposa do Jorge, nossos vizinhos, tem laços mais estreitos conosco. Este período foi difícil para eles e para todos nós. Aconteceu que, o Jorge, seu marido, e nosso amigo, adoentou e entre idas e vindas ao hospital foram 3 semanas de angústia. Em virtude das restrições de visitação, separei um tempo para fazer e enviar alguns vídeos para confortá-los e orar por eles. No entanto, o cancro judiou demasiadamente dele, de modo que dos pulmões espalhou-se por outras parte do corpo. A angústia agravou e junto dela os temores.
Pregamos o evangelho a eles dois diversas vezes. Nos vídeos que mandei ele enquanto esteve internado, falei ainda mais de Cristo. Neste tempo, a Manuela estava muitas vezes cá em casa. Deus deu-nos um período de intensa comunhão, partilha e consolo a ela. Num destes momentos, sexta-feira, o Jorge liga do hospital. Todos ouvimos sua voz. No outro dia, sábado, em seus últimos momentos de vida, sua esposa sussurrou-lhe aos ouvidos que percebia que Deus talvez o estive a chamar para ir ter com Ele, e que ela, ainda que com dor, entendia. E assim foi. Morreu nosso amigo Jorge. Manuela ficou só. Temos estado com ela muitas vezes. Somos seus ombros. Oramos e choramos juntos, vezes sem conta. Ela ouve-nos pacientemente. Anelamos que a semente do evangelho encontre boa terra.
Exatamente ao começar a escrita desta carta recebo uma mensagem a comunicar-me que uma das pessoas que visitamos em Coimbra acaba de falecer. Estamos tristes. Pregamos, interessamo-nos e apegamo-nos de coração a estas vidas que o Senhor tem aproximado de nós. Sofremos.
3.Continuidade do trabalho incipiente com famílias em Póvoa. O trabalho nesta cidade mantêm-se na rota. Temos reuniões todos os domingos, adoramos ao Senhor em Culto Público. Ocasião para orarmos juntos, cantar louvores ao nome do Senhor e sermos alimentados pela pregação de Sua Palavra. Neste último domingo, o chefe de uma das famílias falou-me que no pouco tempo que tem estado conosco, percebe que sua fé tem robustecido e tem feito com que ele e sua esposa enfrentem a vida e seus dilemas duma forma mais madura. Alguns dos participantes dos trabalhos aceitaram fazer um curso de discipulado que é conduzido pela Ivone, o material é o que usei no discipulado do Fábio, que fez sua profissão de fé e baptismo entre nós. Seguir-se-á assim um longo período de estudos.
Os reflexos deste trabalho gradativamente mostram-se exponenciais. Como sabem, cooperamos com a Associação de Famílias Conservadora, que a esta altura, embora pequena, alista membros de norte a sul do país. A líder é membro da nossa igreja em Póvoa, a Ivone continua como Vogal. Eu? Nos bastidores! Recentemente, em parceria com outras entidades nacionais, a Associação promoveu o Primeiro “Congresso Popular sobre Direitos e Liberdades Fundamentais: Família, Vida e Dignidade”, ocorrido na cidade de Viana do Castelo, num período de 3 dias, de 10 até 12 de Junho de 2022. A mim coube ocupar uma cadeira na “Comissão de Honra”, ladeado de mais 19 nomes, dentre eles Dom Duarte, Duque de Bragança – da família Real portuguesa. O evento contou com a participação de cerca de 150 vidas provindas de norte a sul do país. O Senhor tem feito coisas que jamais imaginávamos ser possível. Mais pode ser visto em: https://direitoseliberdades.pt/pt_pt/comissao-de-
Foi realizado a Segunda Conferência de Mulheres em nossa igreja, com o Tema: A Modéstia Cristã. Contou, além dos ouvintes, com as irmãs: Maria Helena (Póvoa); Cibeli Pinheiro (Braga) e Valdicélia Martins (Montalegre). Que bênção. Anelamos que muitas outras Conferências sejam assim realizadas para o esclarecimento e encorajamento da igreja.
4.Visita e apoio à família missionária, irmãos e Concelho de Montalegre. Como é bom estar com os irmãos neste local. É uma parte pequena do rebanho de Cristo nesta terra, muitíssimo querida. O plano era irmos uma, mas fomos duas vezes. A primeira gozar da presença da família missionária do Rev Alexandre, Valdicélia e sua filha Ester, ( A outra filha, Helen, estava ausente, envolvida num trabalho missionário na Hungria). Na outra, foi para ministrar a palavra no culto. Na ocasião tinha uma mãe e filha(s) da Espanha, a manter uma estada na Aldeia com vistas a aprender mais do Homeschooling (Educação Familiar) com nossos irmãos. Na cidade hispânica, onde residem, a ideologia de género tem assumido influencia social intensa, a desnortear os pais. Oramos para que o Senhor muito abençoe a vida e o trabalho das mãos dos nossos irmãos.
5.Continuidade de apoio aos conselhos de Póvoa, Paços e Montalegre. Temos mantido o apoio. Neste período não houve muita demanda. Tivemos a oportunidade de visitar e despedirmo-nos da família missionária de Paços de Ferreira, que estava para retornar ao Brasil, onde já estão: Rev Denilson, sua esposa Ivanilde e seus filhos. Somos gratos a Deus pelo tempo que dedicaram ao campo, e rogamos que conduza-os na reentrada e trabalho na terra natal. Rogamos também pelo bem estar da Igreja de Paços de Ferreira, e que Deus levante outra família para conduzir este pequeno rebanho.
6.Mentoria de nativo em estudos teológicos. Nosso irmão Pedro, membro do incipiente trabalho em Póvoa de Varzim, continua seus estudos na Faculdade Internacional de Teologia Reformada (FITRef), que tem sido um abençoado recurso para a formação de líderes em Portugal e noutros países. O campo português carece demasiadamente de líderes nativos. Oramos para que Deus vocacione homens para esta seara.
7.Produzir material devocional. Não foi executado como desejei. Tenho escrito os sermões. Alguns deles tem sido filmados, destes alguns têm sido disponibilizados aos nativos.
Nem tudo que fazemos foi planjeado:
1.A página no facebook avança passo-a-passo, tem sido tratada por irmãos nativos, e ansiamos que mantenha-se assim. Periodicamente é lançada uma chamada para os trabalhos da igreja bem como para outras atividades correlatas. Gradativamente nossos irmãos partilham com seus conhecidos nativos acerca do trabalho que a igreja realiza.
2.Problemas com o carro. Esta semana arranjei os travões (freios) da carrinha e outros pormenores. A caixa de direção continua a dar sinais do tempo. Continuamos a orar para que tenhamos meios para repensar nossa mobilidade.
Agradeça a Deus connosco:
Eu e a Ivone estamos bem. No mês que vem minha irmã Neusa vem do Brasil para estar conosco no próximo trimestre. Desejamos muito que isto aconteça. Com a perda de minhas irmãs Elizabeth e Isabel é natural que nosso cuidado com a família seja aguçado.
O mês de Junho é bastante especial para mim e para Ivone, porque foi nele que casamos. Estamos a completar 33 anos de casados. Tivemos um período de 2 anos entre namoro e noivado. É uma vida juntos. Sou grato pela paciência dela com as minhas fraquezas e por seu incansável cuidado por mim e por nosso lar, tornando-o um cantinho agradável para nós e para quem conosco está.
Intercedamos pelo campo:
1.A tríade do nosso comum projeto: Fortalecer igrejas, formar liderança e expandir para outras regiões do país enche nosso coração de esperança e, as vezes, de sofrimento. Seguimos no projeto de modo focado, convencidos que é um caminho bastante apropriado para tornar o evangelho da graça conhecido a esta nação. No presente período estamos focados no fortalecimento da igreja, como é o caso de Póvoa. Para julho começamos a focar novamente no treinamento de liderança, a rever e melhorar o curso de Hermenêutica, para aplicá-lo no último trimestre deste ano na FITREF.
2.Como descrito no anterior relatório, estes são tempos difíceis para todos nós. Nestes últimos tempos estamos a viver com o estrangulamento financeiro. Temos rogado ao Senhor por isto e desejamos que levante gente para fortalecer nossos braços para o bom trabalho de semear e regar a boa semente do evangelho nesta terra.
3.Nobres irmãos, ainda sentimos reflexos do choque de perder mais de 40 vidas que foram excluídas da Igreja Cristã Presbiteriana de Portugal, por ação do Presbitério, conforme anteriormente relatado. Alguns irmãos de Braga tem-nos procurado para pedir conselho e encorajamento.
No amor do Cordeiro
Rev José Roberto da Silva e
Ivone Rocha dos Santos Silva
Porto, Portugal