Nova Zelândia, janeiro de 2023
É tempo de começar…
O livro de Eclesiastes no seu capítulo 3, versículo 1 diz que há tempo para todo propósito debaixo do sol, há um tempo para concluir planos e tempo de iniciar novos planos. Enfim, já estamos na Nova Zelândia e vivendo o tempo de começar nosso trabalho no campo que Deus nos destinou. Gostaria de compartilhar com você sobre o início do trabalho, os medos, desafios e os sonhos que temos pela frente.
A despedida – O mês de janeiro foi marcado por despedidas com grandes expressões de amor e carinho. Nosso coração aperta em lembrar o quanto deixamos para trás, nossos familiares queridos, irmãos amados, amigos tão chegados; pessoas que fizeram parte de nossa caminhada no Brasil e tem nos sustentado ainda hoje. Vira e mexe a Tatiana, eu e nossos filhos nos lembramos de momentos engraçados e episódios gostosos que Deus nos permitiu viver com os queridos. Realmente não é fácil deixar a quem muito amamos, porém temos a certeza de que o Senhor tem cuidado de nós e também de cada um que ficou.
A chegada – Fomos muito bem amparados na chegada aqui na Nova Zelândia. Tivemos o apoio do Rev. Elmir e de sua amada família, além do apoio do Rev. Ian e da Glenys, sua esposa, e família. Ian é pastor na Grace Presbyterian Church em Wellington. Ficamos por 20 dias hospedados em sua casa até alugarmos a nossa. Foi um trabalho imenso providenciar todos os móveis e utensílios, corremos de um lado para o outro para comprar desde um pano de prato até a geladeira… Tudo foi comprado de “segunda mão”, mas, pela graça de Deus, em bom estado, atendendo todas as nossas necessidades; o Senhor Deus foi bom para conosco.
Tivemos no início uma série de reuniões e planejamento, com líderes da Grace nacional e com os pastores que vieram do Brasil para esse projeto, foi um tempo abençoador. Tivemos a acolhida da Grace em Wellington, esta é uma igreja pequena, mas vibrante.
Estamos frequentando seus cultos aos domingos e levando os filhos em um trabalho que eles fazem às sextas-feiras, quinzenalmente. Provavelmente teremos o apoio destes irmãos para o futuro trabalho de plantação de uma igreja na grande Wellington.
Confesso que a chegada foi exaustiva, com uma demanda diária de trabalho de 10 a 12 horas, até conseguimos nos estabelecer, porém, isso foi necessário para o cuidado da família e para os primeiros passos.
A família – Nossa família tem se adaptado em meio a diversas mudanças. Os meninos e a Manuela já iniciaram suas aulas. A Manuela estuda em uma escola separada dos meninos. Ela teve muita dificuldade com a fala inglesa, o tradutor tem sido um recurso necessário nesse momento. Hoje, no momento da escrita, conseguimos ver o avanço que ela está tendo. O Davi e o Guilherme iniciaram as aulas em uma escola maior, e estão se adaptando aos poucos. Creio que este é um ano de muita paciência com eles na escola.
Em casa tentamos fazer uma rotina regular de horários, para a adaptação ser mais rápida, investimos tempo rindo juntos, e buscando ao Senhor em família. Pedimos que, brevemente, eles consigam fazer novas amizades, algo tão importante para eles neste momento da vida.
A Tatiana e eu temos uma relação de muito apoio neste momento, com muita proximidade e cuidado um com o outro. Cremos que nosso casamento tem sido abençoado aqui na Nova Zelândia, o que é uma dádiva do Senhor. Deus providenciou os recursos financeiros e começamos a estudar em uma escola de inglês pelas manhãs, e completamos o estudo da língua no período da tarde. Realmente os Kiwis (nativos da Nova Zelândia) falam um inglês muito diferente.
A vida financeira da família está justa, sem sobras ou reservas. Realmente contamos com a fidelidade mensal dos irmãos nas ofertas missionárias enviadas a nós.
Os primeiros passos – Estamos nos relacionando, na medida do possível, com nossos vizinhos, amando-os na prática e clamando a Deus por uma oportunidade para compartilharmos nossa fé no momento oportuno. Fizemos amizade com nossos vizinhos kiwis: Nathan, Laura e Campbel. No terceiro dia em que chegamos na casa nova recebemos o convite deles para jantarmos juntos! Em nossa primeira conversa nos relataram o estado de carência espiritual da Nova Zelândia, algo inusitado, pois eles não são cristãos e percebem esta carência. Temos também nos relacionado com outro casal vizinho, estes já idosos, da Igreja Batista, querem nos ajudar a aprender melhor a língua inglesa. Pensamos em iniciar um grupo de oração em nossa casa, a fim de clamarmos para um direcionamento do Senhor para os passos futuros. É provável que este grupo se inicie em maio deste ano.
O coração – As incertezas iniciais, o choque cultural, a saudade do que ficou para trás, deixou o meu coração um pouco abatido no início. Realmente hoje faz mais sentido para mim a ideia de ser missionário porque Deus direcionou e não por qualquer outro motivo.
São muitos os desafios e tantas as incertezas que penso ser um tempo de aprendizado em resignação, trabalhar em silêncio, observar, anotar, investir tempo e esforço, para que Deus mostre onde e como quer, no futuro próximo, que joguemos as redes ao mar, a fim de buscar os eleitos do Senhor neste país. Temos cuidado em guardar nosso coração no Senhor.
Motivos de louvor e clamor:
- Agradeça a Deus por tudo o que ele já tem dado, é lindo de ver o cuidado de Deus em cada detalhe da nossa vida. Realmente como muitos missionários falam, no campo missionário a dependência de Deus fica maior e mais nítida.
- Clame ao Senhor pelo aprendizado da língua, pela conversão dos nossos vizinhos kiwis, pelas portas se abrirem para um contato maior com as pessoas e para que os passos futuros sejam dados com calma e sem pular etapas.
- Ore pela adaptação da família, pelo coração de nossos filhos, pela firmeza em Cristo a cada dia, para que consigamos guardar a fé.
- Ore pela obra missionária pelo mundo, ore pela Nova Zelândia, ore pela cidade de Wellington e seus arredores, como aqui na cidade de Upper Hut, onde temos vivido.
Obrigado por todo apoio que temos recebido de cada um que investe em oração, no relacionamento e nas ofertas para o nosso projeto. O Senhor certamente os abençoará.
Despeço-me, dizendo da alegria que tenho no coração em poder servir ao Senhor aqui na Nova Zelândia, destacando o amor que levo no peito por cada um que tem nos apoiado nesta caminhada. Se estamos aqui hoje, é porque Deus tem lhe tem usado para isso. Creia, o Senhor é bom, louvamos a Ele por sua preciosa vida! Um grande e afetuoso abraço! Em Cristo, o Senhor da seara,
Missionário Rev. Itamar