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A Variável Oculta de Deus

17/01/2025

“Abraão ergueu os olhos e viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos” (Gn 22.13).

Mesmo com a alma dilacerada, Abraão estava disposto a sacrificar seu único filho, considerando que Deus poderia ressuscitá-lo (Hb 11.19), mas não imaginava que bem atrás de si estava uma “variável oculta” do Senhor: um carneiro preso pelos chifres.

Variável oculta é aquele elemento que está presente no cenário, tem potencial para mudar a situação, mas você não o percebe e por isso não conta com ele. Não o percebe porque na tensão do momento você é tomado pelo fatalismo e não consegue ver qualquer alternativa. Ou porque sua criteriosa análise é marcada pelo pessimismo e só consegue ver uma única opção, mas nada animadora. Ou porque sua criatividade solucionática é limitada e consegue conceber apenas as opções A e B, mas nenhuma satisfatória. Ou porque a variável é tão sutil que mesmo o ser mais otimista do mundo não consegue percebê-la. Ou ainda, porque Deus a mantém, de fato, totalmente fora do seu radar, para testar a sua fé. Porém, em qualquer destes cenários você pode crer e descansar: Deus sempre tem uma variável oculta.

Diante da fome desoladora em Canaã, José no Egito foi a variável oculta para a família de Jacó (Gn 45.5). A filha de Faraó foi a variável oculta para poupar a vida de Moisés (Ex 2.10). Para os israelitas, não havia alternativa diante do Mar Vermelho, mas Deus tinha o forte vento do leste para converter as águas em terra seca (Ex 14.21). No deserto não havia comida, mas Deus tinha o maná (Ex 16.4). Não tinha carne, mas Deus enviou as codornizes (Ex 16.13). Não havia água potável, mas Deus fez brotar águas da rocha (Ex 17.6). Noemi não tinha mais qualquer esperança, mas Rute, “por casualidade entrou na parte do campo que pertencia a Boaz” (Rt 2.3). Para os soldados israelitas não havia qualquer chance contra o grande Golias, mas Deus tinha o pequeno Davi (1 Sm 17.49). Perseguido pelo rei, Elias não podia contar com o apoio de amigos, mas Deus tinha os corvos (1 Rs 17.6). A artimanha de Hamã para exterminar os israelitas era irretocável, mas ele não podia prever a insônia de Assuero (Et 6.1-2). Para os noivos de Caná, o vexame era inevitável, mas Jesus tinha os potes de água (Jo 2.9). Depois de dias em meio à tempestade, sem ver o sol nem a lua, “dissipou- se, afinal, toda a esperança de salvamento” dos companheiros de Paulo, mas Malta estava bem à frente (At 27.27). E tantos outros episódios das Escrituras nos lembram que Deus sempre tem uma variável oculta.

Não sabemos quais desafios e oportunidades nos esperam ao longo deste novo ano, mas podemos descansar na doce e consoladora providência do Senhor. Mesmo que a saúde física seja comprometida, as emoções fragilizadas, a ansiedade tome o coração e a angústia queira sufocar a alma; os desafios financeiros sejam maiores que o orçamento, a restrições nos tirem a liberdade e as perseguições gerem momentos de pânico; os filhos pareçam não mais amar ao Senhor e o amor conjugal seja afetado pelas crises; lembremos no dia mal que Deus sempre tem uma variável oculta. E se você já está em crise, erga os olhos e veja atrás de si um cordeiro preso pelos chifres.

No Senhor, nossa fé e esperança.
Rev. Cácio Silva

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