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P. S. e L.

25/08/2024

Ásia, agosto 2024

Até que os "primos" se tornem irmãos

Em junho de 2024 nossa família completou 6 meses vivendo em terras além-mar. Temos experimentado o que é viver entre um povo de cultura majoritária islâmica e com realidade social, cultural e religiosa expressivamente distinta. Aqui na Malásia a sociedade é composta religiosamente pelo povo muçulmano (com diversidade de práticas religiosas em cada ramificação do Islam), pelos Hidus (o país é composto por uma larga escala de indianos nascidos aqui por décadas), Budistas (3% da população é chinesa) e os cristãos que são minoria ainda que expressiva no país. É importante também ressaltar que a Malásia é uma país de “transição” para refugiados. Dessa forma, temos um vasto número de refugiados de diversos países sendo eles em sua maioria de países como o Paquistão, Bangladesh, Somália, Síria, dentre outros. Para nós trabalhadores* viver em meio a tanta diversidade é extremamente interessante e desafiador. Temos a oportunidade diária de ouvir inúmeras línguas desses povos (sendo a mais falada o inglês), observar suas práticas e organizações sociais e também presenciar a realidade espiritual de suas práticas religiosas. Confesso que quando chegamos aqui já imaginávamos que veríamos o nosso maior inimigo, o diabo, atuando em larga escala na vida dessas pessoas. No entanto, ver isso acontecer e ver o poder do nosso Deus atuando enfaticamente em prol do seu Reino encheu nosso coração de esperança! O nosso Deus está envolvido diretamente na expansão do seu Reino! Durante esses 6 meses vividos em meio a tantos povos, tivemos algumas experiencias espirituais que nos marcaram e confirmaram em nosso coração que para que o Cordeiro que foi imolado seja adorado, precisamos nos dedicar e morrer diariamente para que os povos o recebam e o adorem!

Nosso foco, nossa Missão!

Durante esse tempo nos dedicamos a 3 principais frentes: aprendizado e aperfeiçoamento de língua, vivência entre o povo e curso de antropologia Islâmica. Temos dedicado diariamente ao estudo da língua para melhor comunicação e pregação do evangelho. Por isso, estamos com visto de estudante em uma escola de idiomas aqui na Malásia e praticamos o inglês todos os dias com nossos amigos e professores da escola. Nosso segundo enfoque é a vivencia entre o povo, então escolhemos um lugar estratégico para morar onde havia maior presença de muçulmanos. Dentro de nosso condomínio temos um “Surau” que é como uma pequena mesquita onde eles fazem suas orações, também temos, em torno de nosso condomínio restaurantes tradicionais, supermercados, pequenas vendas que são frequentados majoritariamente por muçulmanos. Por isso, durante suas práticas religiosas e sociais comuns, temos a oportunidade de participar e observar. Nosso terceiro enfoque tem sido o curso de antropologia islâmica com a F* , temos tido momentos extremamente significativos, pois, somos desafiados semanalmente com tarefas sobre o povo, praticar nosso inglês com histórias bíblicas e ter um olhar de discernimento espiritual com o que fazemos diariamente.

Nossa Família

Nossa casa tem sido nosso refúgio e temos procurado oferecer através dela, aconchego e paz para a família de trabalhadores que temos aqui e amigos locais também. Procuramos ser intencionais e generosos com todos os recursos que Deus tem nos dado, “pois tudo é para dEle e para sua própria mao devolvemos” 1 Crônicas 29:14. Nosso filho tem crescido em meio a tanta diversidade, mas, tem sido ensinado sobre o único caminho através de Cristo e seu propósito para nossa família. Frequentamos muitos lugares e vemos Deus usar o Davi para nos aproximar das pessoas pois, ele é extremamente sorridente e simpático aonde passamos. Através disso, temos a oportunidade de conversar em diversos lugares e fazer amizade com as pessoas. Semanalmente temos servido em um “Shelter” para refugiados e nosso filho tem participado ativamente de todas as atividades com as crianças e com as famílias que temos acompanhado aqui. Em contrapartida, o inimigo de nossas almas, por muitas vezes atacou diretamente a vida do Davi aqui na Malásia. Frequentemente Deus nos dá o discernimento de presenças espirituais do mal a rondear nosso filho e nossa casa. A realidade espiritual aqui é pesada e precisamos estar atentos e preparados para as armadilhas de satanás pois, “a nossa luta não é contra carne ou sangue, mas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.” Efésios 6:12

Deus tem nos dado oportunidades com primos e temos pregado o evangelho, orando e crendo que o nosso Pai pode transformar os corações através de Cristo. Diariamente na escola com nossos professores muçulmanos, hindus e budistas temos procurado e “feito acontecer” oportunidades para introduzir assuntos espirituais. Esses momentos tem sido muito importantes pois, podemos falar diretamente de nossa fé e também perguntar sobre a fé deles. Em nosso condomínio sempre procuramos conversar e nos aproximar das pessoas. Meraki tem o “ministério do elevador”(rsrs) que consiste em ficar no elevador subindo e descendo em horário estratégico para que todos o conheçam e ela tenha a oportunidade de fazer amizades com nossos vizinhos. A Lorah tem o “ministério do grab” (grab é como se fosse o Uber do Brasil), onde ele vai todos os dias pra aula procurando conversar com os motoristas para contar histórias bíblicas a eles. Uli tem o “ministério do Playground” , ficamos observando quando o parquinho tem pessoas e nos organizamos para descer e conversar com as famílias. Nosso objetivo como família tem sido este, usar tudo o que temos para servir, aprender da cultura e observar o que podemos também utilizar para nos aproximar e proclamar a tempo e fora de tempo a palavra eterna do nosso Deus.

Realidade Espiritual

Desde que chegamos aqui temos percebido forças espirituais malignas em muitos lugares que vamos. Em cada canto, em cada comércio, aeroporto ou restaurante há altares para falsos deuses. Existem lugares que se quer tem uma estrutura de banheiro ou para lavar as mãos, mas, quando se olha na entrada, há ali um altar ou uma sala “Surau” para que possam fazer suas orações. “Acentuadamente religiosos” como disse o apóstolo Paulo em Atos 17:21-31. De muçulmanos a Hindus vemos práticas diretamente ligadas a magia negra e demônios. Eles os adoram intencionalmente por medo ou por pura devoção. Eles estão cegos e entregam suas vidas e famílias aos “cuidados” de demônios. Muçulmanos se envolvem com rituais de magia negra e há inúmeros casos de manifestações demoníacas entre eles. Mulheres muçulmanas fazem práticas de magia negra, furando suas faces com agulhas, buscando juventude duradoura. Universitários invocam demônios em suas orações e pessoas ficam endemoniadas na sala de aula. Existe local específico aqui onde os muçulmanos levam os endemoniados e eles permanecem por lá por um longo tempo pois, absolutamente ninguém consegue expulsar os demônios deles. Conversando com o povo malei descobrimos que há na região da Malásia um demônio que vive dentro das árvores e que quando pessoas se aproximam, importunam ou não o adoram, esse demônio os possui e eles tem atitudes animalescas. Todos as pessoas de qualquer religião o temem sendo muçulmanos, hindus ou budistas. Os Hindus por sua vez, são politeístas e em seus templos há centenas de altares de falsos deuses. Tivemos a oportunidade de visitar o maior templo Hindu fora da Índia que está aqui na Malásia e a sensação de estar naquele lugar era de verdadeiro “caos espiritual” . Por todo canto você via indianos fazendo oferendas e rituais para demônios, procurando acalento e bençãos para sua alma.

Nossa reação observando tantos muçulmanos, hindus e budistas ao nosso redor foi interceder e clamar ao Senhor “Pai, eles estão perdidos. Tenha misericórdia! Nos permita falar de Cristo aqui!” , olhamos ao redor e constatamos: eles eram muitos e nós éramos poucos. Como falar sobre a verdade de Cristo a todos? Como alcança-los? Oramos com essa constatação por meses em nosso coração. Duas coisas nos marcaram nesse tempo: primeiro, um dia em que me sentia muito pequena diante de tamanho desafio de pregar a outros povos e eu pensava “Eles são muitos, Senhor!” e o Davi começou a chorar querendo que eu voltasse a musica que ele estava ouvindo e quando eu percebi era a história de Sadraque, Mesaque e Abdnego que decidiram não se dobrar diante de um falso Deus e a música dizia “Pode tocar sua música, nós não vamos nos prostrar. Pode obrigar todo mundo, não vamos nos ajoelhar. Nós adoramos ao Deus Altíssimo. Não temos medo do fogo, não temos medo de nada. Além de Deus não há outro, preferimos ir pra fornalha. ” O Senhor nos fortaleceu através dessa música e seguimos compartilhando em todas as oportunidades que tínhamos.

Um segundo momento nos marcou muito quando o Senhor nos lembrou que não estávamos sozinhos aqui. Havia o “Grande general” a frente e outros inúmeros soldados semeando pelo Reino! Recebemos inúmeras notícias de outros trabalhadores, projetos, testemunhos e de igrejas de primos escondidas. Depois desse dia o Senhor tem nos mostrado frutos de nossa própria família e de inúmeros outros da “Igreja Invisível, “os 7 mil que não se dobraram a baal e toda boca que não o beijou” 1Reis 19:18. Desde então quando ouvimos as mesquitas chamarem para as orações temos dobrado nosso coração ao Único Deus verdadeiro e digno de toda honra, glória e louvor! Esperamos com coração cheio de fé de que veremos muitos outros junto conosco O adorando em breve!

Ore Conosco!

1. Pelas famílias de primos que temos acompanhado aqui: Família do K* e suas filhas, família da N* e sua filha. Para que Deus abra os corações e os chame a salvação.
2. Pelos trabalhos no “Shelter” com os refugiados. Inúmeras famílias de países perseguidos vivem aqui e tem a oportunidade de ouvir sobre Cristo. Que a Boa Semente chegue até eles!
3. Pelo aprimoramento do inglês de nossa família e dos membros de nossa equipe. Orem para que Deus faça um romper em nossas vidas e que quando formos pregar além de abrir os corações o Senhor nos relembre as palavras necessárias para bom entendimento dos primos.
4. Para que tenhamos discernimento na contextualização de nossas famílias e que possamos criar pontes seguras para pregar o evangelho aqui.
5. Pelo nosso desafio de ir ao Paquistão no próximo ano. Nosso coração está cheio de expectativa para o que Deus tem para fazer através de nós!
6. Pelo fortalecimento de nossa família, crescimento saudável do Davi e fortalecimento de nossa família. Que Deus nos guarde e proteja vivendo entre esse povo que tanto amamos. Temos um profundo desejo de servi-los e compartilhar o que temos de melhor: Cristo.
7. Pelo visto do Davi. Davi tem visto de turista aqui na Malásia, sendo assim, a cada 3 meses nós temos que sair para outro país e retornar a Malásia a fim de renovar o visto dele. Infelizmente nossa escola não estende visto para os dependentes.
8. Pela desvalorização da moeda do Brasil. Quando fazemos o cambio do nosso sustento missionário, nosso valor tem sido amplamente impactado com a desvalorização de nossa moeda do Brasil. Orem para que Deus abençoe a economia do Brasil.

Juntos estamos fazendo a diferença para a eternidade!

Pix: 119.967.186-06 (cpf)

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