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Evangelização sem fronteiras, no poder do Espírito Santo

17/06/2025

A missão da Igreja é a razão de ser da sua existência. Não como uma de suas atividades, mas como a sua atividade específica, a sua vocação especial. Na verdade, a Igreja não tem missão própria. Ela cumpre a missão de Deus (Missio Dei). Portanto, não há participação em Cristo, sem participação na Sua missão no mundo. A Igreja tem, portanto, um caráter e uma natureza genuinamente missionários. Ela existe para dar, em palavras e em atos, um testemunho persuasivo, ao mundo, do poder redentor de Deus, em Cristo Jesus.

Um famoso teólogo inglês afirmou sugestivamente esse fato, ou seja, de que na ação de Deus é que a Igreja encontra o seu fundamento missionário. Ele afirma: “O primeiro missionário é Deus, o Pai, que enviou Seu Filho para a nossa redenção. O segundo missionário é Deus, o Filho, Jesus Cristo, o primado dos apóstolos... O terceiro missionário é Deus, Espírito Santo, a quem o Salvador enviou para todo o mundo... O quarto missionário é a Igreja. Esses quatro missionários estão todos envolvidos em uma obra divina de redenção, à qual somos devedores no mais alto grau e nada senão devedores para todo o sempre”.

A missão da Igreja é desempenhada não em um mundo abstrato, mas no mundo real em que vivemos. Não pode haver obra missionária sem relação com Deus e com o mundo. “O mundo, diz Calvino, é o teatro da glória de Deus”. Por conseguinte, o que dá significação ao mundo é o fato de ser ele o teatro onde Deus está manifestando a Sua obra redentora.

Assim sendo, vivemos um tempo tremendamente importante para o evangelizar da Igreja. Temos que causar impacto nesta sociedade tão cheia de sofismas e ideologias. Por isso precisamos de uma base teológica, mas que leve em consideração o contexto.

É a partir da descida do Espírito - o Pentecostes - que a Igreja começa a viver, de forma intensa, a sua ação kerigmática por meio de sua vida pneumática. O Espírito Santo como pneuma (sopro) significa a força capacitadora de Deus para o viver e o agir da Comunidade Primitiva. O Espírito é o catalisador e a força guiadora da missão expansiva da Igreja. Por ter o Espírito Santo uma característica missionária, seu desejo é (e era) que a Igreja também tenha como finalidade principal a obra missionária. É através do Espírito que os discípulos recebem autoridade espiritual para continuarem a missão do Senhor Jesus. É pela ação poderosa do Espírito que os discípulos entenderam o último mandato de Jesus: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo...” (Mt 28,19).

Há um aspecto relevante da ação do Espírito Santo como agente capacitador da missão da Igreja que é a capacidade de descer na dimensão vertical para o mundo daqueles que não têm força ou que perderam o sentido de sua existência, bem como de se projetar na dimensão horizontal, ou seja, para longe, destruindo barreiras, cercas e preconceitos, vencendo as fronteiras da religião e da cultura, de raças e de nacionalidades. Ora, essa ação poderosa do Espírito na vida da Igreja nos remete ao processo de inculturação da fé, através do qual a Igreja de Cristo testemunha e anuncia o evangelho a partir de cada contexto cultural, identificando valores do reino e transformando onde há necessidade.

O verdadeiro significado do Pentecostes, então, foi o de mostrar aos discípulos que Deus, a partir daquele momento, se revelaria de forma irrefutável a todos os povos, e foi também o de mostrar que a Igreja, na força do Espírito Santo, seria o instrumento de Deus em que a Sua glória haveria de resplandecer aos corações dos homens. Deus nos ajude a perceber que o nosso campo é o mundo!

Rev. Marcos Azevedo

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